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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Péricles, Príncipe de Tiro

 Obra: Péricles, Príncipe de Tiro

Autor: Shakespeare


Resumo

Personagens: Antíoco, rei de Antioquia; Péricles, príncipe de Tiro; Helícano e Éscanes, dois nobres de Tiro; Simónides, rei da Pentápole; Cléon, governador de Tarso; Lisímaco, governador de Mitilene; Cerímon, nobre de Éfeso; Talíardo, nobre de Antioquia; Filémon, criado de Cerímon; Leónino, criado de Dionisa; Mestre de Cerimónias; Alcoviteiro; Boult, criado do alcoviteiro; Gower, representa o coro; a filha de Antíoco; Dionisa, esposa de Cléon; Taisa, filha de Simónides; Marina, filha de Péricles e Taisa; Licónida, ama de Marina; Diana; Alcoviteira.


Ação:

Junto ao palácio de Antíoco, Gower explica que Antíoco tinha tido uma esposa que faleceu e lhe deixou uma filha. A beleza desta atraía pretendentes de todo o lado mas, como o pai queria casar-se com a filha, decretou que qualquer pretendente que errasse o enigma que a jovem lhe poria, era condenado à morte. Num quarto do palácio entram Antíoco e Péricles. Antíoco ordena que a sua filha se junte a eles vestida de noiva. Péricles fica encantado com a beleza da jovem e arrisca-se a adivinha o enigma. Depois de o ouvir, percebe que este revela a relação incestuosa entre Antíoco e a filha e fica horrorisado demais para revelar a resposta. Quando fica sozinho, Péricles decide que irá fugir antes de ser morto, já que um crime está sempre ligado a outro. Antíoco, por seu lado, decide que irá matar Péricles antes que este revele o seu segredo. Antíoco chamada Talíardo e ordena-lhe que mate Péricles. Entra um mensageiro que avisa que o príncipe tinha fugido. Antíoco ordena a Talíardo que tente encontrar Péricles e saem todos.

 Péricles chega a Tiro e encontra Helícano. Conta-lhe o que viu e como escapou. Helícano aconselha-o a ficar ausente da cidade durante uns tempos para Antíoco abandonar a sua raiva. Péricles segue o conselho e decide partir para Tarso, deixando Helícano no poder.

 Taliardo chega a Tiro, pronto para matar Péricles. Vê Helícano, Éscanes e outros nobres a conversar e fica a perceber que Péricles tinha falecido na viagem. Os nobres convidam Talíardo para um banquete. Em Tarso, conversam Cléon e Dionisa. Cléon lamenta o facto de Tarso ter sido uma cidade muito abundante e agora estar a sofrer com a fome que atinge a todos. Chega um nobre a anunciar a chegada de um navio ao porto e Cléon suspeita que possa ser uma nação que tentava conquistar Tarso. Entra Péricles e explica a Cléon que tinha trazidonavios carregados de trigo em troca de hospedagem. Cléon aceita e mostra-se agradecido.

 Gower explica que Péricles passa a ser adorado na cidade e é erguida uma estátua dele. Explica que Helícano informou Péricles sobre a visita de Talíardo e aconselha o príncipe a regressar. Péricles parte mas sofre um naufrágio e perde as riquezas e os homens. Depois de deambular no mar, chega a terra. Chegam 3 pescadores que comparam a baleia aos vícios dos homens. Ao verem Péricles emprestam-lhe roupa para se aquecer. Dois pescadores saem e o 1º Pescador oferece-lhe hospedagem em sua casa. Informa-o de que se encontrava em Pentápole cujo rei era Simónides. O rei era justo e bom e tinha uma filha que iria fazer anos no dia seguinte. Em honra desta ocasião, príncipes iriam visitá-la para lhe fazerem a corte. Os outros pescadores regressam com a armadura que o pai de Péricles lhe tinha deixado e que estava perdida no mar. Péricles pede que os pescadores o levem à corte real para se apresentar como pretendente.

 Numa praça, estavam Simónides, Taisa e nobres. A princesa vai apresentando os cavaleiros que chegam. Os nobres criticam a aparência de Péricles mas Simónides não lhe dá importância. Depois do torneio há um banquente. Péricles é celebrado por ser o vencedor mas Simónides não o acha um homem especial. Taisa, no entanto, descreve-o como um diamante no meio do vidro. Simónides ordena à filha que fale com Péricles e descubra informações sobre ele. Péricles conta a sua história e Simónides ordena que damas e cavaleiros dancem, na esperança de os animar.

 Em Tiro, Helícano e Éscanes comentam a morte de Antíoco. Chegam 3 nobres que se queixam de não saberem nada sobre o paradeiro do príncipe. Helícano, para os acalmar, pede-lhes para esperarem um ano e aconselha-os a procurar Péricles pelo mundo.

 Simónides recebe uma carta da filha e diz aos cavaleiros que a filha tinha decidido esperar um ano antes de casar. Relê a carta onde Taisa diz que ou casa com Péricles ou se suicida. Chega Péricles e Simónides acusa-o de ter enfeitiçado Taisa. Péricles tenta negar. Chega Taisa e prova que Péricles era inocente. Simónides aceita o casamento.

 Casam-se e concebem um filho. Com a esposa grávida e a pedido de Helícano, Péricles parte para Tiro. Durante uma tempestade, Taisa começa em trabalho de parto. Licórida chega junto a Péricles e apresenta-lhe a filha recém-nascida. Anuncia-lhe que a rainha tinha falecido depois do parto. Chegam dois marujos que explicam ao príncipe que a tempestade só irá acalmar quando o corpo da morta for atirado ao mar. Este concorda e, ao ver a costa de Tarso ao longe, decide que irá deixar lá a criança para ser cuidada.

 Em Éfeso, Cerímon pede a um criado que trate dos náufragos que tinham chegado. Entram dois criados com um caixão que tinha dado à costa. Cerímon abre-o e encontra o corpo de Taisa perfumado e repleto de jóias. Encontra um bilhete de Péricles que pede a quem encontrar o cadáver que o sepulte. Como Cerímon sabia de medicina, consegue reanimar Taisa. Em Tarso, Péricles deixa Marina, sua filha, nas mãos de Cléon e Dionisa. Em Éfeso, após perceber o que se tinha passado e sabendo que não voltaria a ver Péricles, Taisa decide tornar-se sacerdotiza no templo de Diana.

 Anos mais tarde, Marina, educada por Cléon e adorada por todos, corre perigo. Filótenes, filha de Cléon, é ofuscada por Marina e a sua mãe pede a Leónino que mate Marina. Quando Marina chorava a morte da ama, Dionisa envia-a junto com Leónino a dar uma volta. Quando Leónino se preparava para matar Marina, chegam piratas e levam-na consigo. Leónino finge que a tinha morto e atirado o corpo para o mar. Em Mitilene, o Alcoviteiro e a Alcoviteira mandam Boult procurar novas jovens para eles venderem. Boult chega com Marina e uns Piratas.

 Em Tarso, Cléon recebe a notícia do assassinato de Marina e teme pela reação de Péricles. Dionisa sugere que se diga que ela morreu de noite de forma natural. Péricles dirige-se a Tarso com Helícano para ir buscar a filha. Dionisa e Cléon mostram-lhe o túmulo de Marina e Péricles declara que nunca mais irá lavar a cara nem cortar o cabelo.

 Em Mitilene, o Alcoviteiro e a Alcoviteira queixam-se por Marina afastar os clientes com os seus clientes com os seus discursos sobre moralidade. Chega Lisímaco e a Alcoviteira adverte Marina de que ele é um homem importante e, por isso, o deve satisfazer. Após conversarem, Lisímaco decide não tirar a sua inocência e parte, decidido a não regressar a um lugar depravado como aquele. Boult preparava-se para violar Marina mas esta afirma que tem muitos talentos que pode ensinar às mulheres da alta sociedade e assim ganhar dinheiro. Assim aconteceu.

 Péricles, impelido pelos ventos, chega a Mitilene. Lisímaco vê o navio e decide entrar. Helícano conta-lhe que chegaram de Tiro e que o rei fazia 3 meses que não falava com ninguém devido à morte da esposa e da filha. Lisímaco lembrou-se de Marina e manda chamá-la para entreter e alegrar o príncipe. Marina canta mas Péricles não reage.

 Péricles olha para Marina e reconhece os seus traços. Pede-lhe que conte a sua história. Após ouvir a história de Marina, Péricles compreende que ela é sua filha. Após sentir alegria, adormece. Diana aparece no seu sonho e diz-lhe para partir para Éfeso e fazer oferendas no seu templo. Péricles chega a Éfeso e, no templo de Diana, conta a história da sua esposa e da sua filha. Taísa, ao vê-lo, desmaia, e Cerímon revela a Péricles que aquela era a sua esposa e explica como a encontrou. Taisa acorda e mostra a Péricles o anel que o seu pai lhes tinha dado antes de partirem. Péricles apresenta-a a Marina e ao seu pretendente Lisímaco. O pai de Taísa tinha falecido e o casamento de Marina e Lisímaco iria decorrer na Pentápole. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

As Traquínias

 Obra: As Traquínias

Autor: Sófocles

Personagens: Dejanira; Ama; Hilo; Coro das Traquínias; Mensageiro; Licas; Héracles; Ancião.

Resumo:

Dejanira reflete sobre a vida antes de Héracles aparecer e sobre como este a salvou do monstro que pretendia casar com ela. No entanto, lamenta nunca saber onde o marido está nem ter notícias dele durante as suas viagens. Ao ouvir do seu filho Hilo que Héracles estava na Eubeia, lembrou-se que o Oráculo lhe disse que nesta zona ou Héracles morria ou vivia feliz eternamente. Seguindo os conselhos da Ama, Dejanira envia Hilo para procurar o pai. Um Mensageiro chega junto de Dejanira e informa que Héracles estava a caminho de casa, vitorioso. Chega ainda Licas com cativas e explica a trajetória de Héracles enquanto esteve ausente: tinha passado um amo na Lídia como escravo. Quando se libertou, partiu para a cidade de Êurito, que ele achava ser responsável pelos seus sofrimentos. Dejanira tem pena das cativas e a sua atenção foca-se em Íole. Procura saber quem ela é mas Íole não lhe responde. Licas sai com as cativas para o palácio e o Mensageiro fala com Dejanira em privado. Conta-lhe que Íole era filha de Êurito e que Héracles, perdido de amores por ela, a pediu em casamento. Como Êurito não aceitava o casamento, Héracles atacou a cidade. O coro aconselha Dejanira a interrogar Licas. Este chega e o Mensageiro confronta-o com a verdade, afirmando que a tinha ouvido da boca de Licas. Licas admite ser verdade. Como Íole era mais jovem que ela, Dejanira decide usar o sangue do centauro que a desejava mas que Héracles matou, para fazer Héracles apaixonar-se por ela outra vez. Colocou o líquido numa túnica e a túnica numa caixa. Dejanira dá a caixa a Licas para a entregar a Héracles. Dejanira expõe um pedaço de lá com o sangue ao sol e esta arde e ela fica com medo de ter acontecido algo semelhante a Héracles. Chega Hilo que lhe conta que, após vestir a túnica, Héracles começou a gritar de dor e o seu corpo a derreter.

 Saem todos. A Ama chega junto ao coro e informa que Dejanira se tinha suicidado com uma espada. Hilo descobre por criados que a mãe tinha sido enganada pelo centauro e, por isso, estava inocente. Dirige-se ao cortejo onde vinha o corpo de Héracles adormecido. Apesar de o Ancião o tentar acalmar, Hilo acorda Héracles. Héracles grita com as dores e pede a Zeus que o mate. Pede ainda a Hilo que traga a sua mãe para esta sofrer o castigo que merece. Hilo conta-lhe como a mãe era inocente e Héracles perdoa-a. Héracles pede ao filho que o leve ao monte Eta e que coloque o seu corpo numa pira para assim acabar com o seu sofrimento. Pede ainda a Hilo que se case com Íole para honrar a memória do pai.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Macbeth

 Obra: Macbeth

Autor: Shakespeare

Resumo:

Personagens: Duncan, rei de Escócia; Malcolm e Donalban, seus filhos;Macbeth e Banquo, generais do exército do rei; Macduff, Lennox, Ross, Menteith, Angus e Caithness, nobres de Escócia; Fleance, filho de Banquo; Siward, conde de Northumberland e General das Tropas Inglesas; Jovem Siward, seu filho; Seyton, oficial ao serviço de Macbeth; um rapaz, filho de Macduff; um médico inglês; um médico escocês; um sargento; um porteiro; um ancião; Lady Macbeth; Lady Macduff; Dama ao serviço de Lady Macbeth; Hecate e três bruxas.

Cena: Escócia

No meio de um tempestade estão três bruxas. Saem à procura de Macbeth. Um sargento ensanguentado relata ao Rei, Malcolm, Donalbain e Lennox a batalha, realçando a valentia de Macbeth ao derrutar Macdonwald. Sai o sargento e entra Ross. Ross conta aos presentes que Escócia tinha vencido os noruegueses na batalha. Saem todos e chegam as três bruxas. Enquanto conversam, chega Macbeth e Banquo. As bruxas dizem a Macbeth que será rei e thane de Cawdor e desaparecem sem mais explicação. Chegam Ross e Angus que avisam Macbeth de que o rei estava muito feliz pela vitória deste e que, por isso, Macbeth adotaria o nome de thane de Cawdor. Macbeth e Banquo ficaram surpreendidos ao ouvirem a professia das bruxas ser realizada. Enquanto isso, no palácio estão Duncan, Malcolm, Donalbain e Lennox. Juntam-se-lhes Macbeth, Banquo, Ross e Angus. O rei parabeniza Macbeth e anuncia que Malcolm seria eleito Príncipe de Cumberland. Macbeth vê neste cargo um  obstáculo para a realização da professia das bruxas.

 No castelo de Macbeth, Lady Macbeth lê uma carta na qual o marido lhe conta acerca de sua promoção e lhe pede ajuda para aumentar ainda mais o seu poder e chegar a rei. No dia seguinte chegam ao Castelo de Macbeth Duncan, Malcolm, Donalbain, Banquo, Lennox, Macduff, Ross e Angus. Lady Macbeth recebe-os com as maiores honras e leva-os junto de Macbeth. Durante o jantar, Macbeth sai do salaão para repensar a sua decisão de matar Duncan por este ter sido um rei justo. Lady Macbeth vai ao seu encontro e encoraja-o a continuar o seu plano. Os dois planeiam embebedar e matar os dois camareiros do rei.

 No pátio do castelo estão Banquo e Fleance. Chega Macbeth que os manda ir deitarem-se por a noite estar avançada. Fica Macbeth que, por coincidência, encontra um punhal no chão. Decide que irá matar Duncan com ele. Chega Lady Macbeth que anuncia ao marido que tinha adormecido os camareiros. Macbeth entra e mata o rei. Sai e é consumido pela culpa das suas ações. No entanto, tinha-se esquecido de deixar os punhais e Lady Macbeth vai e coloca-os no sítio. Ouvem uma porta bater e partem. O porteiro abre a porta e entram Macduff e Lennox. Macbeth leva os dois junto da porta do quarto do rei e entra Macduff no quarto. Macduff sai aos gritos, gritando que o rei estava morto. Chegam Lady Macbeth, Banquo, Malcolm e Donalban e enteram-se do que se tinha passado. Macduff culpa os camareiros do rei por terem sido os seus punhais a matá-lo. Malcolm e Donalban receiam que sejam as próximas vítimas do assassino e Malcolm prepara-se para ir para a Inglaterra e Donalban para a Irlanda.

 No castelo, Ross e um Ancião comentam presságios anormais que tinham acontecido naquela semana. Chega Macduff que informa que os dilhos do rei eram considerados os suspeitos por terem fugido.

 No palácio entram Banquo, Macbeth, vestido de rei, Lady Macbeth vestida de rainha, Lennox e Ross. Macbeth convida Banquo para a festa que acontecerá no dia seguinte. Saem todos menos Macbeth e um criado. Macbeth começa a questionar a lealdade de Banquo e manda o criado ir buscar os dois Assassinos. Macbeth ordena aos Assassinos que matem Banquo e o seu filho Fleance. Noutro quarto, Lady Macbeth manda chamar o marido e questiona-o sobre o porquê de ainda estar de consciência pesada pelo seu crime. Cnsola o marido e este dá-lhe a entender que algo iria acontecer naquela noite. Durante a noite, três assassinos atacam Banquo e Fleance consegue fugir.

 Enquanto isso, no banquete estão Macbeth, Lady Macbeth, Ross e Lennox. O 1º Assassino chega e segredo a Macbeth que Banquo estava morto e o filho tinha fugido. Sai e o fantasma de Banquo senta-se no lugar de Macbeth. Macbeth vê o fantasma e fica apavorado mas os restantes ficam confusos por não verem nada. Lady Macbeth justifica que o marido está doente e pede aos convidados para sairem. Macbeth toma a decisão de visitar as bruxas para aprender qual o seu destino.

 As três bruxas estão a fazer um feitiço junto a Hecate quando chega Macbeth. Para responder às perguntas de Macbeth surgem aparições. A primeira, uma cabeça com elmo, diz-lhe para ter cuidado com Macduff. Surge uma criança ensanguentada que lhe diz para não temer nada pois ninguém o consegue magoar. Surge uma criança com uma coroa e uma árvore que lhe diz para ser orgulhoso pois ninguém o consegue derrutar. As bruxas saem a dançar e entra Lennox. Lennox avisa que Macduff tinha fugido para a Inglaterra e Macbeth decide atacar o castelo de Macduff e matar a esposa e os filhos.

 No castelo de Macduff estão Lady Macduff, o filho e Ross. Lady Macduff critica o marido por ter fugido, deixando o castelo sem proteção. Ross procura defendê-lo mas decide sair. Entra um mensageiro. O mensageiro aconselha Lady Macduff a fugir pois um perigo aproximava-se e sai. Entram os assassinos que matam o Filho e Lady Macduff foge, perseguida pelos assassinos.

 Na Inglaterra, Malcolm e Macduff conversam sobre a traição de Macbeth. Malcolm, no entanto, recusa-se a lutar contra ele por considerar ter mais vícios e ser mais prejudicial para o povo que Macbeth. No entanto, ao ver Macduff angustiado, concorda em lutar contra Macbeth. Chega Ross e pede a Malcolm que lute pela Escócia e que a tire da tristeza onde está mergulhada. Conta também a Macduff que a sua esposa, filhos e criados tinham sido mortos e os três decidem partir para derrotarem Macbeth.

 Um médico e uma dama de companhia conversam no castelo de Macbeth e a Dama dá a entender que ouviu a sua senhora dizer algo horrível. Chega Lady Macbeth sonâmbula. Lady Macbeth faz o gesto de limpar as mãos, fala sobre sangue e diz que Banquo está enterrado. Vai para a cama e o médico e a Dama saem a seguir.

 Num campo ao pé de Dunsinane estão Menteith, Caithness, Angus, Lennox e Soldados. Menteith anuncia que as forças inglesas comandadas por Malcolm, Siward e Macduff se aproximavam. Saem a marchar em direção a Birnan. No castelo estão Macbeth e o Médico. Macbeth mostra-se confiante por as bruxas terem dito que ele era invensível. Chega um criado a informar que se aproximavam dez mil soldados ingleses. Entra Seyton a pedido de Macbeth. Macbeth manda-o trazer a sua armadura pois estava pronto para lutar contra os ingleses. Depois de prontos, saem.

 Malcolm ordena aos seus soldados que levem cada um um ramo da floresta de Birnan para se esconderem. Em Dunsinane, no castelo, ouvem-se mulheres a gritar. Seyton vai ver o que se passa e anuncia que a rainha estava morta. Entra um Mensageiro a anunciar que viu a floresta a aproximar-se de Dunsinane. Macbeth percebe que irá ser derrotado.

 No campo de batalha, Macbeth encontra o jovem Siward e mata-o. Macbeth sai e Malcolm e o Velho Siward entram no castelo. Reentra Macbeth e encontra Macduff. Lutam e Macduff aparece junto dos seus companheiros com a cabeça de Macbeth. Malcolm é coroado rei da Escócia. Cumpre-se assim a professia das bruxas de que Macbeth seria derrotado quando a floresta de Birnan for a Dunsinane e por um homem que não tinha nascido de mulher.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Rãs

 Obra: Rãs

Autor: Aristófanes

Resumo:

Personagens: Xântias, escravo de Dioniso; Dioniso; Héracles; Morto; Caronte; Rãs do lago de Aqueronte, Coro de bem-aventurados, homens e mulheres; Éaco, porteiro de Plutão; Escrava de Perséfone; Estalajadeiro; Plátane, outra estalajadeira; criado de Plutão; Plutão; Eurípides; Ésquilo. 

Ação:

Dioniso chega a pé com Xântias montado num burro. O escravo pode para fazer uma piada e Dioniso diz-lhe que pode a não ser que sejam umas específicas que já tinha dito muitas vezes. Xântias queixa-se do peso da bagagem que leva mas Dioniso realça que é o burro que leva o peso todo. Encontram uma porta e Dioniso chama para dentro de casa. Hércules abre-lhe a porta e assusta-se. Hércules ri-se da roupa de Dioniso. Dioniso estava num navio a ler a Andrómeda quando lhe bateu uma nostalgia. Para descrever o seu sentimento ao irmão usa a analogia da sopa. Como um desejo súbido por sopa, Dioniso teve um forte desejo por Eurípides e agora queria ir ao Hades à procura dele. Diz que falta um poeta de talento, o único que ainda se aproveitava era Iofonte, filho de Sófocles. Hércules pergunta o porquê de o irmão não escolher Sófocles, ao que ele responde que só depois de ver o que Iofonte era capaz.

 

 Ágaton foi para o banquete dos bem-aventurados. Hércules enomeração poets mas Dioniso mostra desprezo. Dioniso pede a Hércules que lhe indique os hospedeiros a que ele recorreu quando foi ao encontro de Cérbero (12 trabalhos de Hércules). Hércules descreve várias maneiras de Dioniso se suicidar. Depois diz-lhe para ir para um lago onde Caronte o ajudará a atravessar por dois óbolos. Hércules descreve os crimes que há no Inferno e diz-lhe que os Iniciados lhe vão dar as informações todas. Xântias começa a pousar as bagagens quando Dioniso e Hércules se despedem, tendo assim que arrumar tudo outra vez. Chega um cortejo fúnebre. Dioniso pergunta ao morto se estava disposto a carregar a bagagem até ao Hades e o morto pede duas dracmas pela viagem. Dioniso tenta baixar o preço mas o morto não concorda e a parada continua. O barco de Caronte aproxima-se. Dioniso e Xântias cumprimentam Caronte mas este ignora. Caronte diz que não leva escravos a não ser que tenham estado na batalha naval. Xãntias diz que não esteve lá por estar doente de vista. Caronte manda-o ficar á espera no rochedo de Secura. Xântias começa a correr à volta do lago. Caronte manda Dioniso remar apesar de este não ter experiência. Enquanto o barco avança, as rãs começam. Dioniso queixa-se de ouvir as rãs coaxar e estas intensificam o som. Quanto mais Dioniso as manda calar, mais barulho elas fazem. Para as desafiar, começa a coaxarmos elas até que elas desistem. Chegam ao destino e encostam. Xântias aproxima-se com as bagagens às costas. Os dois começam à procura de um monstro. Primeiro Xântias diz que ouve um barulho à frente e depois diz que é atrás. Xântias diz que vê o monstro mas que este está sempre a mudar de forma. Dioniso ceio de medo corre para junto do sacerdote para o proteger. Xântias diz que a Empusa se foi. Começam a ouvir sons de flauta. Ambos se escondem. Chega um Coro a chamar Baco. Xântias diz que são os iniciados de que Hércules tinha falado. Permanecem escondidos até terem a certeza. O coro chama Baco para se juntar e dançar com eles e liderar a celebração. Chega o Corifeu a indicar quais as restrições para participar no cortejo: saber grego, ser puro de espírito, assistir às festas das Musas e ser iniciado nos ritos báquicos do Cratino (poeta cómico). A procissão era em honra de Perséfone e Deméter. Pedem a Dioniso que lhes mostre Deméter e agradecem ter-lhes dado roupa e sandálias. Dioniso sem se poder conter entra na dança. O coro critica Arcedemo, um político, e o filho de Clitestenes.  Dioniso pede ajuda para encontrar a morada de Plutão. Dioniso e Xântias dirigem-se para a porta do palácio de Plutão. Bate à porta com força e diz que é Hércules. Éaco abre a porta e começa a insultá-lo por ter roubado Cérebro e volta a entrar no palácio. Dioniso põe-se no chão cheio de medo e pede uma esponja para limpar o coração que lhe tinha caído barriga abaixo. Como Xântias disse que não tinha sentido medo, Dioniso ordena que troquem a roupa e se façam passar um pelo outro para ele sentir o medo. Aparece uma escrava de Perséfone e aborda Xântias pensando ser Hércules a dizer que um banquete tinha sido preparado para ele mas Xântias recusa até ouvir falar de bailarinas.

 

 A escrava volta a entrar e Dioniso quer retomar as vestes. Xântias resiste mas acabam por trocar. Chega uma estalajadeira que chama Plátane e ao ver Dioniso mascarado de Hércules diz que é o aldrabão que “embalou dúzia e meia de pães” e carne e alhos. Dioniso quis retomar as vestes para aoriveitar a festa mas agora vai ser castigado. A estalajadeira reconheceu-o pelas botas. Hércules tinha comido muito e, quando a estalajadeira lhe apresentou a conta, ele começou a rosnar. As duas mandam as escravas a procurar o patrono de cada uma para arrasarem com Dioniso. As duas entram e Dioniso implora a Xântias para mudarem novamente as vestes sob o juramento de que não iriam trocar mais. Chega Éaco com servos e prendem Xântias. Xântias recomenda a Éaco que ponha à prova o escravo para ver se ele é culpado ou não. Diz-lhe que pode usar os meios que quiser, podendo até torturá-lo para conseguir a verdade sem ser preciso dar-lhe uma indemnização se o matasse. Dioniso intromete-se e diz que proíbe quem quer que seja de o torturar por ser um imortal. Revela que é Dioniso e que o escravo é Xântias. Xântias responde que Éaco podia então usar mais força com o chicote pois, se é deus, não sente nada. Dioniso diz que como Xântias também afirma que é um deus, devia levar as mesmas chicotadas. Éaco ordena que se dispam e manda que os dois se batam. Éaco dá uma chicotada a Xântias e este não sente nada. Acontece o mesmo a Dioniso. Bate com mais força e os dois arranjam desculpas para fingir que não se estavam a queixar. Éaco desiste dizendo que não consegue descobrir qual dos dois era um deus e vÃo para dentro na esperança de Plutão e Perséfone os reconhecerem já que são deuses.

 

 Parábase. Xântias sai do palácio com um escravo de Plutão. Dioniso já tinha provado que Xântias era um escravo que se estava a armar em patrão. Os dois escravos mencionam ações típicas dos escravos nas comédias. Xântias pergunta o porquê da gritaria e confusão e o criado responde que Ésquilo e Eurípides lutavam. No Inferno havia uma lei que ditava que o melhor no seu ofício ocuparia um lugar de honra ao lado de Plutão e tomaria as refeições no Pritaneu (?). Ésquilo ocupava este lugar mas quando Eurípides chegou uniu-se aos ladrões, carteiristas, parricidas e aos assaltantes que o consideraram o melhor. Aí, Eurípides reinvindicou o trono que Ésquilo ocupava. Ésquilo tinha como apoiantes gente séria, que eram menos. Plutão preparava uma avaliação que pusesse à prova o talento dos dois. Quando Sófocles chegou, abraçou Ésquilo e cedeu-lhe o trono. Se Eurípides ganhar, ele irá disputar com ele. Eurípides diz que vai testar a tragédia, verso por verso. Como não havia um entendimento quanto ao júri, convidam Dioniso. Entram os dois no palácio. Entram Eurípides, Ésquilo e Dioniso. Eurípides diz que não vai ceder o trono. Eurípides chama a Ésquilo um criado de ..., em freio na língua, sem tento nem limites que recorre muito a palavrões pomposos. Dioniso diz aos criados para trazerem um carneiro preto para sacrificar aos deuses do Inferno. Os poetas começam a insultar-se e Dioniso tenta acalmá-los. Ésquilo diz que uma competição entre eles nunca será imparcial pois a sua poesia não morreu com ele e a de Eurípides sim e,por isso, ele pode recitá-la depois de morto. Dioniso manda trazer incenso e fogo. Dioniso quer fazer uma prece antes de ser juiz para poder aturar com toda a competência. Junto com o Coro faz um canto às musas. Ésquilo reza aos deuses e Eurípides invoca os seus deuses privados (Éter, Eixo da língua, inteligência e narinas). Eurípides chama parlapatão e vigarista a Ésquilo e acusa-o de fazer ninho atrás da orelha num público de imbecis. Eurípides acusa-o de criar suspense com os silêncios para enganar o público. Dioniso primeiro diz que gostava dos silêncios mas depois acusa-o de querer enganar o público. Depois, usava palavreado demasiado complexo que deixava o público sem entender nada. Eurípides diz que nas suas próprias tragédias todos falavam e havia uma introdução ao conteúdo desde o início e que retratava assuntos domésticos que eram familiares a todos. Eurípides defende que introduziu a reflexão no público e que governam a casa melhor e estão sempre em cima do que se passa. Ésquilo começa a contrapor. Pergunta a Eurípides qual as qualidades que se devem admirar num poeta ao que este responde o talento e o conselho porque melhoram o nível dos cidadãos. Se um poeta não o fizesse, teria como castigo a morte segundo Dioniso. Eurípides interroga Ésquilo sobre o que ele tinha feito para inculcar bons princípios aos cidadãos ao que ele responde que fez um peça cheia de Ares. Os Sete Contra Tebas , com esta peça, dava ao espetador ansias de combate e ensinava-lhes a procurar vencer sempre o inimigo. Ao usar exemplo de heróis, dava exemplos para os cidadãos seguirem. Ésquilo acusa Eurípides de levar as mulheres a beber cicuta por desonrá-las com as suas histórias e que cabe ao poeta esconder o mal nas histórias.

 

 Começam a falar dos Prólogos. Eurípides acusa Ésquilo de cometer vários erros no seu prólogo das Céforas. Ésquilo diz que em todos os prólogos se pode inserir a expressão “perdeu uma galheta”. Eurípides prepara-se então para acusar Ésquilo de compor sempre o mesmo. Ésquilo acusa Eurípides de se inspirar em todas as fontes e chama uma tocadora de castanholas velha e decrépita. Ésquilo começa a dizer versos. Dioniso manda-o parar e Ésquilo manda vir do palácio uma balança para se decidir o vencedor. Retira-se a balança e aparece Plutão que diz a Dioniso que podia levar o que quisesse. Dioniso explica que vinha à procura de um poeta para que Atenas, depois da crise, poder organizar os festivais. Dioniso desafia-os a dar um conselho à cidade sobre Alcibíades. Dioniso não ficou satisfeito com as respostas e pergunta como é que eles acham que se podia salvar a cidade. Eurípides responde que a salvação é desconfiar dos homens em que se confiava e os inúteis passarem a úteis. Dioniso vai preferir Ésquilo, apesar de ter jurado levar Eurípides. Este sai imitado. Plutão convida Dioniso e Ésquilo para o palácio para lhes oferecer algo antes de partirem. O coro aproveita para realçar que quem, como Ésquilo, tiver a cabeça sai sempre introitos. Os 3 regressam e Plutão dá a Ésquilo objetos para dar a certas pessoas que remetem ao suicídio. Ésquilo pede a Plutão para Sófocles lhe guardar a cadeira pois atribui-lhe o segundo lugar em talento. O coro organiza um cortejo a pedido de Plutão com os cantos que Ésquilo tinha composto para o acompanharem à saída.


Ifigénia em Áulide

 Obra: Ifigénia em Áulide

Autor: Eurípides

Resumo

Personagens: Agamémnon, Ancião, coro, Menelau, Primeiro Mensageiro, Clitemnestra, Ifigénia, Aquiles, Segundo Mensageiro 

Ação: 

Agamémnon está à frente da tenda durante a noite e chama o Ancião. O Ancião aconselha-o a ir para dentro da tenda já que estão todos a dormir. Agamémnon tinha visto uma estrela. O velho explica que é Sírio que passa as Plêiades. Agamémnon afirma que inveja os que não vivem para a glória e têm uma vida simples. Afirma que o trabalho e o poder parecem bem à distância mas quando se chega junto deles, tornam-se dores insuportáveis. Há tempos em que os deuses te rejeitam e tempos em que o queixume dos homens te esmaga. O velho responde que Atreu, pai de Agamémnon, trouxe o filho para perceber tanto o prazer como a dor. O velho vê Agamémnon começar a escrever uma carta, depois risca o que escreveu e fecha com carimbo e depois tira o carimbo e começa a chorar. O ancião diz que ele perdeu o juízo e pede-lhe para desabafar acerca do que o incomoda. Tíndaro, pai de Clitemnestra, tinha dado o velho como dote para ser servo dela. Agamémnon responde que Leda tinha tido três filhas. O pai de Helena, quando se tratava de casar a filha teve um dilema terrível: a filha devia casar ou não? Decidiu que todos os pretendentes teriam que fazer um juramento solene, dando a mão direita e fazendo sacrifícios, de que todos iriam defender o homem que conseguisse a mão de Helena e ir em seu auxílio se alguém a roubasse do marido. Deviam também jurar que atacariam e destruiriam a terra de quem cometesse tal ato. Depois de eles terem feito o juramento, Tíndaro permitiu que a sua filha escolhesse o pretendente que mais gostasse. Infelizmente ela escolheu Menelau. Paris chegou de Troia e como os bárbaros gostam de esplendor, vinha com muitas cores e coberto de jóias de ouro. Helena e Páris apaixonaram-se. Menelau estava ausente então ele levou-a para a sua casa no monte Ida. Menelau ficou irado e viajou por toda a Grécia a invocar o juramento de Tíndaro. Toda a Grécia se preparou para a batalha e reuniu-se aqui em Aulis com barcos, tropas, cavalos e carruagens. Por ser irmão de Menelau e para bem da expedição, Agamémnon foi escolhido para ser o líder. Agamémnon deseja que essa escolha tivesse sido para outro. Eles reuniram-se aqui presos pelo tempo. Depois de um tempo, Calcas foi ter com eles e sugeriu que deviam sacrificar Ifigénia à deusa Ártemis cujo santuário se encontrava por ali. Se eles realizassem o sacrifício poderiam partir e conseguiriam saquear Tróia. Agamémnon ficou tão zangada que ordenou a Taltíbio que dissesse ao exército para dispersarem pois ele não iria matar a própria filha. O irmão usou argumentos que o convenceram. Ele escreveu uma carta à esposa, Clitemnestra, para trazer a filha ali para se casar com Aquiles mas isto é mentira. Disse que Aquiles se escusava a partir a não ser que uma das suas filhas se tornasse sua esposa e fosse viver na sua casa. Os únicos que sabem sobre isto são Calcas, Odisseu e Menelau. Agamémnon estava a escrever uma carta para corrigir os seus erros. Pede ao ancião que a leve para Argos. Agammémnon lê a carta por ser um criado leal à sua casa e esposa. Na carta ele diz à esposa para não enviar a filha deles a Áulis e que iriam celebrar o casamento noutra altura. O ancião questiona-o sobre como iria Aquiles reagir pois poderia ficar furioso ao ficar sem noiva. Agamémnon responde que Aquiles não sabe nada sobre o esquema. O ancião diz-lhe que ele fez logo cruel por ter declarado eu Ifigénia seria noiva do filho de um deus mas na verdade iria ser uma oferta para o benefício dos Gregos. Agamémnon afirma que estava fora do seu estado mental de sanidade e pede ao ancião para fugir. 

 Agamémnon ordena ao ancião que não durma e que tenha cuidado ao ver marcas na estrada pois podem ser da carruagem que traz Ifigénia. O ancião pergunta-lhe se a esposa e a filha iriam acreditar nas suas palavras eAgamémnon responde que sim desde que ele não quebre o selo da carta. Sai o ancião. Agamémnon afirma que nenhum mortal pode ser feliz para sempre. Sai Agamémnon e há uma pausa até ao nascer do dia. 

 Entra o coro de mulheres. Elas abandonaram a sua terra, Cálcis. Foram para ali ver o exército de Gregos e os seus navios. Os maridos delas estavam no exército de Agamémnon e de Menelau. Os soldados preparavam-se para trazer de novo Helena que Paris raptou de Esparta. Helena foi dada como um presente a Páris por Afrodite quando esta venceu o concurso de beleza contra Hera e Atena. São jovens. Descrevem os heróis que viram. 

 Entra Menelau e o Ancião a discutir. Menelau já acaba de ler a cara de Agamémnon que tinha arrebatado das mãos do Ancião. O Ancião diz-lhe que aquele ato é horrendo mas Menelau ignora-o. Menelau manda o Ancião ir embora e di-lhe que é demasiado leal para com os amos. Menelau afirma que a ação do velho de querer enviar a carta é tão horrível. O ancião afirma que não iria desistir da carta nem que tivesse que arriscar a vida. Menelau tira-lhe a carta. O Ancião chama Agamémnon e este aparece. O velho sai e os dois irmãos conversam. Agamémnon pede a Menelau para largar a carta mas este quer mostrá-la a todos. Agamémnon responde que ele sabe mais do que devia e pergunta-lhe se tinha quebrado o selo. Menelau responde que sim para castigar o irmão pelas vilezas que tinha planeado na sombra. Menelau apanhou a carta quando aguardava em Argos por Ifigénia. Agamémnon repreende-o por se meter onde não era chamado e Menelau afirma que o desejo o levou a abrir. Menelau afirma que o irmão está sempre a mudar de opinião. Menelau acusa-o deter uma mente inconstante e que isto é fonte de injustiça e insegurança para os amigos. Relembra-o de como era humilde e preocupava-se com todos até ter alcançado a chefia e aí tornou-se um homem pouco afável e raro. Quando chegaram a Áulide ele ficou triste e perturbado ao não terem ventos favoráveis e pediu ajuda ao irmão. Ele queria era conservar o comando para não ficar sem a glória. Quando Calcas apresentou a solução do sacrifício, ele prometeu imolar a filha e enviou a carta à esposa voluntariamente. Agora ele tinha desistido para não ser o assassino da própria filha. 

 Agamémnon contra ataca dizendo que o irmão devia ter governado melhor o seu leito. Ele não iri sofrer o castigo dos erros que não cometeu. Ele quer tanto ter a mulher que se esquece da razão e da honra. Os pretendentes só fizeram o juramento por estarem esejosos pelas núpcias. O coro apoia as palavras de Agamémnon por mostrarem o respeito devido aos filhos. Menelau acusa o irmão de não se querer associar com a Hélade e Menelau responde que a Hélade está tocada de loucura, vinda de algum deus. Menelau acusa-o de trair o irmão e diz que vai procurar outros amigos. Prepara-se para sair mas chega um mensageiro. Traz Ifigénia e Clitemnestra e o pequeno Orestes. As mulheres ficaram junto a uma límpida fonte e ele foi na frente por causa dos preparativos: Agamémnon manda o mensageiro entrar na tenda. Agamémnon lamenta ter nascido numa boa família e questiona-se sobre o que irá dizer à esposa. Culpa Páris por tudo o que aconteceu. 

 Menelau pede a direita. Agamémnon. Agamémnon dá a vitória ao irmão. Menelau jura de coração que ao ver o irmão chorar renuncia às palavras anteriores ao que não mate a filha pois é injusto ele sofrer e Menelau tenha prazeres. Dispõe-se a arranjar outra esposa e que não iria preferir helena ao irmão. Ele não tinha analisado bem o problema e compreendido o que era matar um filho. Ao perceber o parentesco que o une à donzela sente compaixão. Menelau priva-se da responsabilidade pela ação e justifica que mudou por amor ao irmão. Agamémnon responde que odeia as relações entre irmãos movidas pela avareza pois levam dor a todos mas que agora têm que matar mesmo a filha pois o exército grego o obriga. Menelau aconselha a enviar a filha secretamente para Argos. Agamémnon diz que Calcas irá revelar os seus oráculos ao exército e Menelau dá a ideia de o matarem. Agamémnon lembra-se que Odisseu sabia a história toda e que este também procurava glória. Pede a Menelau que faça com que a mulher não descubra nadaaté a filha estar morta para assim diminuir um pouco a sua dor. Manda o coro não dizer nada sobre aquilo. O coro pede a Afrodite para nunca ter um amor como o que Eros provoca por ser excessivo e provocar confusão. Os mortais variam em corpo e em mente mas a virtude sobressai sempre. É correto ser modesto pois permite ter a habilidade de julgar o que é correto e é uma habilidade que dá respeito. Recorda novamente que Páris teve que julgar três deusas. 

 Ouvem-se barulhos de cavalos e uma carruagem. Entra o segundo coro de homens e mulheres criados de Clitemnestra. Apresenta Ifigénia e Clitemnestra. “Para os mortais fracos, a fortuna aparece como deuses”. O primeiro coro aproxima-se para ajudar a rainha e fazer Ifigénia não sentir medo e procura ajudá-los a não ter ego por serem estranhos num lugar estranho. Clitemnestra diz que trouxe a filha para a casar. Pede ajuda para tirarem os presentes de casamento da carruagem. Pede à mulheres para ajudarem Ifigénia a descer e a ela também. Orestes é segurado por uma ama. Clitemnestra fala com o filho de forma carinhosa e diz que a filha a faz feliz. Entra Agamémnon. Ifigénia apressa-se a abraçar o pai. “Estamos aqui obedientes ao teu desejo”. Clitemnestra diz que, de todos os filhos, Ifigénia foi a que amou mais pai. Agamémnon diz de forma embaraçada que também teve saudades dele. Ifigénia diz que está feliz por ver o pai mas este diz que não tem a certeza pois um rei está sempre preocupado. Agamémnon tem uma expressão facial que mostra preocupação. Agamémnon diz que a separação dos dois vai ser longa. Ifigénia teta de tudo para alegrar o pai e pede-lhe para não partir para a guerra. Agamémnon diz à filha que ela partirá para um lugar sem os pais onde irá esquecer o pai. Agamémnon diz que, antes de partir, precisa de fazer um sacrifício e que a filha vai estar no altar a ver o sacrifício. Ifigénia apoia a ideia pois é preciso fazer o possível para satisfazer os deuses. Antes de Ifigénia entrar na tenda, Agamémnon pede-lhe por um beijo e pela mão por irem estar muito tempo afastados. Dirige-se à esposa e pede perdão pelas lágrimas que são provocadas pelo casamento, que às vezes é difícil para os pais da noiva.clitemnestra confronta-o afirmando que também está a sofrer. Clitemnestra pede a Agamémnon para lhe contar a história de Aquiles. Agamémnon fala sobre o casamento de Tétis e Peleu e Aquiles foi criado pelo centauro Quíron para que não aprendesse os costumes dos homens maus. Aquiles mora junto ao rio Apídano. Clitemnestra pergunta se ele já tinha sacrificado uma vítima pelo casamento da filha e ele diz que vai tratar disso. Agamémnon diz à mulher para lhe obedecer e esta responde que obedece sempre. Agamémnon diz-lhe para ir para Argos e cuidar das outras filhas para não estar misturada com os soldados. Clitemnestra apela à tradição de que a mãe deve seguir a filha. Clitemnestra diz-lhe que não lhe vai obedecer pois ele trata das coisas demora e ela trata das coisas de casa e sai. Agamémnon lamenta-se por ter que criar enganos contra os seus mais queridos. Vai ter com Calcas para analisarem melhor o sacrifício e sai. 

 Chega Aquiles que procura Agamémnon para o questionar sobre a demora da viagem. Encontra-se com Clitemnestra. Aquiles questiona-se sobre quem ela era e porque estava uma mulher junto de homens armados. Clitemnestra diz ser esposa de Agamémnon e pede-lhe para agarrar na dextra agora que se vai casar com a sua filha. Aquiles diz que não sabe de nada e ela fica envergonhada por falar obre um casamento que não vai acontecer. Chega o Ancião: o ancião recorda a sua devoção por Clitemnestra mas afirma que não é devotado a Agamémnon pois prepara-se para matar a própria filha. O ancião justifica que o vai fazer por causa dos oráculos que exigiram o sacrifício para que o exército faça a travessia para Tróia para Menelau reconquistar Helena. Diz que Agamémnon se prepara para oferecer a sua filha a Ártemis. Clitemnestra pergunta sobre o casamento e ele responde que serviu para ele trazer a filha. Ela pergunta ao ancião como sabia aquilo e ele responde que foi por ter sido enviado uma carta para ela para impedir que a trouxesse. Não entregou a carta porque Menelau lha arrancou. Aquiles não ficou feliz com o que ouviu, não aceitando a afronta. Clitemnestra pede a Aquiles que se vingue da afronta que os dois receberam e que salve Ifigénia. Aquiles responde que não ia deixar que Agamémnon o usasse como desculpa para matar a filha. Aquiles diz que os adivinhos mentem na maior parte das vezes e que Agamémnon o insultou ao usar o seu nome tão gravemente. Aquiles diz que, se Agamémnon lhe tivesse pedido ele ajudasse no esquema mas agora vai vingar-se. Aquiles promete a Clitemnestra que a sua espada ficará cheia de sangue se um dos filhos de Atreu tirar Ifigénia das suas mãos. ELa quer agradecer de forma moderada. Clitemnestra diz a Aquiles que, quando ouviu acerca do casamento ficou muito feliz. Diz-lhe que, se Ifigénia morresse no altar seria um mau presságio para o futuro casamento de Aquiles. Clitemnestra diz que, se ele quiser, Ifigénia ajoelhava-se aos seus pés a suplicar mas Clitemnestra gostaria de manterá reputação dela intacta. Aquiles diz que não é preciso e que, naquele momento apenas queria salvá-las deste desastre. Aquiles depileis um plano e ela compromete-se a obedecer a qualquer ordem: primeiro vão tentar com que Agamémnon volte à razão. Aquiles diz a Clitemnestra para implorar a Agamémnon que não mata a filha e, se ele resistir, ela volta para Aquiles mas ele prefere que ela o persuada. “Devo obedecer-te como escrava. Separam-se. O coro começa a relatar o casamento de Tétis e Peleu. Clitemnestra sai da tenda para falar com o marido. Ifigénia chorava ao saber da sua morte. Agamémnon diz a Clitemnestra que diga a Ifigénia para sair pois os sacrifícios para. Casamento já estão prontos. Clitemnestra diz a Ifigénia para sair com Orestes pois já sabe sabe o que o pai quer. Agamémnon questiona a filha sobre o porquê de chorar e não olha para ele. Clitemnestra fala pela filha e pergunta a Agamémnon se planeava matar a filha. Agamémnon finge que a esposa estava a dizer coisas sem nexo mas para de mentir. Clitemnestra recorda como Agamémnon enfrentou a família dela para a conquistar: Ela foi uma boa esposa e, se ele partir para a guerra e deixá-la sem a filha ela vai chorar cada vez que olhasse para os lugares onde ela se sentava. Ela renda que ele podia não ter um regresso feliz depois do que fez e, se regressasse, os filhos não o iriam querer abraçar. Ela diz que é injusto ser ela a perder a filha e não outro. Ela perde a filha e Helena irá criar a sua filha em paz. Agamémnon aconselha-a a obedecer. Ifigénia implora ao pai que não a mate e recorda as palavras que o pai lhe dizia na sua infância. Agamémnon responde que ama os seus filhos mas os soldados pressionam-no para partirem para Tróia. Se ele não cumprir o desejo de Ártemis, eles são capazes de matar toda a família dele. Agamémnon sai. Ifigénia vê Aquiles e os seus homens aproximarem-se e fica com vergonha de ver Aquiles. A mãe responde-lhe que não está em situação para delicadezas. Aquiles diz a Clitemnestra que ouviu que o sacrifício vai continuar mas ele não pôde protestar com o risco de ser morto pela multidão de Helenos. Aquiles diz que Ulisses se preparava para vir buscar Ifigénia com os seus homens mas Aquiles e os seus homens tentarão protegê-la. Ifigénia interrompe dizendo que não valia a pena Aquiles sair prejudicado por a defender. Ela tinha decidido morrer pois iria receber várias honras pela sua escolha. Ela quer-se sacrificar por todos os Helenos. Aquiles afirma que, ao ver o seu carácter nobre deseja ainda mais defendê-la e casar-se com ela. Ifigénia diz que não quer que ninguém morra por sua causa. 

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

O Mercador de Veneza

 Obra: O Mercador de Veneza

Autor: Shakespeare

Resumo:

Personagens: O Doge de Veneza; O Príncipe de Marrocos; O Príncipe de Aragão; António, mercador de Veneza; Bassânio, seu amigo; Salânio, Salarino e Graciano, amigos de António e Bassânio. Lourenço, namorado de Jéssica; Shylock, rico judeu; Tubal, judeu amigo de Shylock; Lanceloto Gobbo, bobo ao serviço de Shylock; O Gobbo Velho, pai de Lanceloto; Salário, mensageiro de Veneza; Leonardo, criado de Bassânio; Baltazar e Estéfano, criados de Pórcia, Pórcia, rica herdeira; Nerissa, sua aia; Jéssica, judia, filha de Shylock

Ação:

Numa rua em Veneza estão António, Salarino e Salânio. António está triste e os outros dois procuram saber qual o motivo. Chegam Bassânio, Lourenço e Graciano e Salarino e Salânio saem. Graciano tenta animar António mas sem sucesso. Saem Graciano e Lourenço e Bassânio conta a António o seu novo plano de se casar com uma jovem extremamente bela e de boas famílias e António compromete-se a financiá-lo.

 Pórcia e Nerissa conversam e Pórcia queixa-se de cada um dos seus pretendentes. Nerissa menciona Bassânio e Pórcia recorda ser um excelente homem.

 Shylock e António discutem por António não cobrar juros quando empresta dinheiro e isso atrapalha o negócio de outros mercadores. Convence António a assinar um papel no qual declarava pagar a Shylock a quantia para António num determinado prazo. 

 No castelo de Pórcia está o príncipe de Marrocos, Pórcia e Nerissa. O príncipe declara o seu sentimento a Pórcia e prontifica-se a tentar a sua sorte nos cofres que decidiriam quem iria casar com Pórcia. Antes de se dirigirem às caixas, vão rezar ao templo.

 Numa rua de Veneza, Lanceloto queixa-se por ter que ficar na casa do judeu Shylock a pedido do pai. Enquanto se queixa chega o seu pai que, por ter problemas de visão, não o reconhece. Depois de Lanceloto insistir, Gobbo reconhece o filho e pergunta-lhe sobre a sua experiência com Shylock. Lanceloto queixa-se dos maus tratos que recebe e, quando chega Bassânio, elogia este por tratar bem os criados. Lanceloto e o pai rogam a Bassânio que aceite Lanceloto como seu criado e este aceita. Jéssica, filha de Shylock dá uma carta a Lanceloto para este entregar a Lourenço no jantar que Bassânio iria realizar naquela noite. Lanceloto encontra Lourenço e entrega-lhe a carta, onde estava um plano para ele a raptar da casa do pai e fugirem juntos. Lanceloto vai convidar Shylock para jantar em casa do seu novo amo. Shylock fica desconfiado e aconselha a filha a ficar fechada em casa.

 Graciano, Salarino e Lourenço esperam a saída de Jéssica para poderem partir, Esta sai vestida de pajem, tal como combinado. Jéssica sai com Lourenço e Salarino e chega António para irem para o jantar.

 No palácio de Pórcia, o príncipe escolhe a caixa de ouro. Nesta, encontra um esqueleto pois o ouro é a razão de muitos males para o homem, não ficando assim com Pórcia.  Chega o príncipe de Aragão e escolhe a caixa de prata onde encontra a cara de um idiota, não ficando assim com Pórcia.

 Salarino e Salânio relatam como o judeu grita contra a filha que fugiu com o seu dinheiro e jóias. Conversam sobre o navio de António que se afundou, quando chega Shylock. Contam-lhe sobre o infortúnio de António e este planeia vingar-se cruelmente de António.

 No castelo de Pórcia entram Bassânio e Graciano. Bassânio escolhe a caixa de chumbo e conquista Pórcia. Graciano aproveita e declara-se a Nerissa, sendo correspondido no seu amor. Chega Salário com uma carta que explica a Bassânio que todas as operações mercantis de António tinham falhado. Pórcia, ao ouvir a história, compromete-se a pagar a dívida de António e envia o marido para Veneza. Em Veneza, Shylock, ameaça António e exige o pagamento. No castelo de Pórcia estão Pórcia, Nerissa, Lourenço, Jéssica e Baltazar, Pórcia concede o governo do castelo a Lourenço enquanto ela estiver a rezar num mosteiro pelo marido. Saem todos menos Pórcia e Nerissa e Pórcia diz à criada que as duas iriam embarcar no navio para Veneza vestidas de homem.

 Num tribunal em Veneza, Bassânio e o doge procuram levar Shylcok à compaixão e aceitar assim o pagamento tardio da vítima. Shylock recebe várias críticas mas mantem a sua posição. Chega Pórcia vestida de doutor Baltasar para declarar a sentença final. Pórcia declara que Shylock podia retirar um pedaço de carne a António, tal como combinado mas, se vertesse uma gota de sangue, os seus bens seriam confiscados pelo Estado. Shylock aceita receber o triplo da dívida. Pórcia não aceita pois Shylock já tinha jurado não querer o dinheiro mas sim a carne então Shylock renuncia a receber algo. No entanto, Pórcia realça que Shylock tinha ameaçado a vida de um cidadão e, por isso, metade dos seus bens iriam para António e metade para o Estado. Como forma de agradecimento, António dá-lhe o seu anel e Bassânio dá-lhe o anel que a esposa que tinha dado, ainda não sabendo que ela era o doutor.

 Chega Pórcia e Nerissa ao castelo e são recebidos por Lourenço. Pedem a este que nada diga da ausência das duas. Chegam Bassânio, António e Graciano e as duas mulheres questionam os esposos sobre os anéis que lhes tinham dado. Os homens contaram o que aconteceu e as mulheres deram-lhes outros anéis sob a promessa de que não se iriam desfazer daqueles. Os homens reconhecem os mesmos anéis que tinham dado e as mulheres contam a verdade.

O Eunuco

Obra: O Eunuco

Autor: Terêncio

Resumo:

Personagens: Fédria, jovem, amante de Taís; Parmenão, escravo de Fédria; Taís, cortesã; Gnatão, parasita de Trasão; Quérea, jovem, irmão de Fédria; Trasão soldado, rival de Fédria; Pítia, criado de Táis; Cremes, jovem; Anfitrião, jovem; Dórias, criado de Taís; Doro, eunuco; Sange, escravo de Trasão; Sófrona, ama; Velho, pai de Fédria e Quérea.

Ação: Fédria mostra-se irada com Taís por não o ter deixado entrar em casa no dia anterior. não sabendo se deveria ir ao seu encontro ou não. Chega Taís junto dele e de Parmenão. Taís começa a explicar o que tinha acontecido: a mãe de Taís recebeu de um mercador uma criança roubada da Ática por piratas. Taís mantinha relações com um soldado que, ao partir para a guerra, lhe deixou tudo. A mãe dela morreu e o tio vendeu a criança. O soldado comprou a jovem na esperança de a oferecer a Taís mas, ao saber da relação desta com Fédria, recusa-se a devolvê-la. A muito custo, Fédria aceita passar dois dias, até o soldado partir, sem visitar Taís.

 Gnatão chega junto de Parmenão trazendo a jovem que Taís procurava. Gnatão dirige-se a casa de Taís mas, ao ver Parmenão à porta, ridiculariza-o por não poder entrar. Sai Gnatão e chega Quérea desesperada por a jovem por quem se apaixonou à primeira vista ter desaparecido. Pede ajuda a Parmenão para encontrar a sua amada. Parmenão rapidamente percebe que ele falava da jovem oferecida a Taís e, para ajudar Quérea a conquistá-la, sugere a Quérea que se faça passar pelo eunuco que Fédria iria oferecer a Taís.

 Trasão gaba-se a Gnatão sobre como era o preferido do rei e sobre as suas múltiplas aventuras. Gnatão sugere a Trasão que use a jovem para fazer ciúmes a Taís para o amor desta por ele aumentar. Trasão e Gnatão encontram-se com Taís. Chega Parmenão e entrega-lhe o eunuco e a escrava da Etiópia oferecidos pelo seu senhor. Apesar dos comentários dos outros dois, ele aceita. Antifão, mais tarde, encontra Quérea a sair de casa de Taís vestido de eunuco e, depois de ouvir a história toda, preparam-se para ir jantar. Quérea informa que a jovem lhe tinha sido confiada e que, ao ser deixado sozinho com ela, aproveitou-se da situação.

Taís tinha convidado Cremes a sua casa e, quando começou a falar com este, o soldado ficou com ciúmes e mandou chamar Pânfilo, a jovem. Taís discorda e inicia-se uma disputa entre eles. Entretanto, Pítias procura desesperada o eunuco que violou Pânfilo. Ao ver Fédria, conta-lhe o que aconteceu e este compromete-se a encontrá-lo. Fédria vai para casa buscar o seu eunuco e, quando o mostra a Pítias, este não o reconhece. O eunuco revela o esquema montado por Quérea e Parmenão.

 Taís encontra Cremes fora de casa e revela-lhe que tem a sua irmã e que a gostava de restituir à família. Trasão aproxima-se deles com um exército atrás de si e Taís diz a Cremes para se procurar defender, provando que o jovem era sua irmã. Cremes assim o faz e vai mostrar os brinquedos de infância à ama que os criou. Trasão e o exército partem. Pítias conta a Taís sobre a violação que Pânfilo sofreu nas mãos de Quérea. Quérea entra em cena. Depois de o insultar pelas suas ações, Taís acaba por o perdoar e, a pedido de Quérea, aceita que este se case com a jovem.

 Pítias, para se vingar de Parmenão, diz-lhe que Quérea iria ser castrado por ter violado uma cidadã. Parmenão, aflito, conta ao Velho, pai de Quérea e Fédria toda a verdade. O Velho, irado, entra na casa de Taís. Pítias sai de casa para junto de Parmenão, a rir-se por ter enganado o escravo. Trasão e Gnatão ouvem uma conversa na qual Quérea diz a Parmenão que se irá casar com a jovem e que Taís se tinha entregado completamente a Fédria. Chega Fédria. Trasão implora a Gnatão que arranje maneira de ele ainda conseguir ver Taís. Gnatão fala em privado com Fédria e Quérea e sugere que aceitem Trasão como rival para que este possa encher Taís de prendas e eles pouparem dinheiro. Os irmãos aceitam.